A peça apresenta um diálogo sutil entre o clássico e o contemporâneo, utilizando formas esculturais simétricas que evocam colunas e pedestais, reminiscências da arquitetura clássica. No entanto, essa referência formal é subvertida pela escolha do material: amassa de celulose reciclada, obtida a partir de papelão descartado. Essa inversão não apenas desestabiliza a expectativa de nobreza e rigidez associada a tais formas, mas também adiciona camadas de significado e crítica. Ao reinterpretar um material banal e descartável em algo com presença escultórica e deliberada, a obra sugere uma reflexão sobre o valor que atribuímos tanto à matéria quanto à forma. A simetria, normalmente associada à ordem e ao equilíbrio, aqui ganha leveza e um caráter quase efêmero, como se a peça estivesse em um estado transitório, desafiando nossa percepção sobre permanência e fragilidade. Essa abordagem cria um jogo semântico entre o esperado e o inesperado: formas que carregam ecos do passado, mas são apresentadas através de uma nova lente – a da sustentabilidade e da estética contemporânea. A peça se estabelece, assim, como uma ponte entre tempos e signficados, abrindo espaço para interpretações diversas e uma leitura crítica sobre o design e suas camadas invisíveis.
solaris
Silver Dreams
Descrição
Dimensões
Ø80 x 53cm